Apoio Domiciliário
Este projeto atualmente destina-se a bebés e crianças até aos 3 anos, que mereçam um olhar continuado em contexto natural de vida, e é desenvolvido em estreita colaboração com as Unidades de Neuropatologia e Serviços Sociais com quem o Banco do Bebé tem protocolo.
Os processos são avaliados mensalmente, em reunião da equipa técnica do Banco do Bebé com as diversas equipas das unidades hospitalares e da comunidade, e os programas ajustados em função da evolução da criança.
Um dos maiores desafios para as famílias é a ida do bebé para casa, principalmente para os que foram pais de um prematuro. Em fase de pós-alta, é importante que as famílias se sintam acompanhadas, principalmente quando a envolvente social é adversa.
A intervenção destina-se a famílias com bebés prematuros ou com situações de deficiência e incapacidade temporárias ou permanentes, aliando fatores socioambientais que coloquem em risco o seu desenvolvimento.
A equipa de técnicas e voluntárias, devidamente formadas, trabalham com as famílias os cuidados básicos ao bebé. Não raro, é necessário trabalhar no sentido de uma melhor organização familiar – gestão doméstica, aquisição de rotinas, organização e arrumação do espaço, documentação em ordem, etc.
O Banco do Bebé trabalha ao lado destas famílias, constituindo-se como uma equipa, onde a família tem voz e direitos. São trabalhadas outras áreas, como o acompanhamento às Unidades de Saúde, a integração profissional dos pais, a inserção dos bebés em equipamentos educativos e a legalização das famílias.
Cria-se uma aproximação às famílias, que através da confiança nas equipas técnicas e de voluntários, se deixam mobilizar num trabalho de capacitação, autorreflexão e projeção da realidade que desejam, com vista à sua autonomização sustentável, a médio e longo prazo. Este trabalho é realizado em conjunto com as instituições da comunidade, com quem o Banco do Bebé articula sempre que necessário, com vista à construção de pontes, ligações e redes de suporte entre a família e a comunidade onde está inserida.
História
Nasce em 2002 na sequência de um desafio lançado pela Unidade de Neonatologia da Maternidade Dr. Alfredo da Costa ao Banco do Bebé, que consiste na criação de uma equipa que dê continuidade aos cuidados iniciados naquela Unidade, na fase pós-alta de prematuros ou recém-nascidos, onde se registam situações de deficiência e incapacidade temporária ou definitiva, ou em risco social.
- De 2002 até hoje acompanhámos em Domicílio: 1533 Bebés.
Vertentes da intervenção - Apoio integrado
1. Suporte emocional e fortalecimento da vinculação adulto-bebé
Prestamos um apoio de suporte emocional à família, através da companhia securizante, da minimização da solidão e da partilha de preocupações. Esta intervenção tem como finalidade última o incentivo à comunicação/conhecimento entre pais e bebé: conhecer melhor, brincar com, cantar para, acarinhar e compreender. Oferecemos o ensino da massagem ao bebé.
2. Cuidados ao bebé e trabalho pedagógico
A equipa trabalha com estas famílias os cuidados básicos ao bebé (alimentação, higiene, sono), a par do estabelecimento das rotinas e interações mais adequadas. Estes bebés gozam da possibilidade de terapias e estimulação precoce ao domicílio.
Em muitas situações é necessário trabalhar com as famílias no sentido de uma melhor organização familiar – gestão doméstica, aquisição de rotinas, organização e arrumação do espaço, documentação em ordem, etc.. Construímos um suporte de materiais formativos que nos ajudam neste objetivo.
3. Apoio em bens essenciais e apoio financeiro
Na grande maioria dos casos, constituiu-se como um apoio fundamental à organização básica da família a oferta de bens alimentares, medicamentos, roupa, produtos higiene, brinquedos bem como equipamentos técnicos adequados às necessidades destas crianças.
4. Articulação com as unidades hospitalares e serviços de saúde
Esta equipa trabalha ao lado destas famílias na articulação entre as unidades hospitalares e no acompanhamento aos diferentes serviços de saúde, servindo muitas vezes de agentes de tradução/compreensão das mensagens.
O plano de intervenção é estabelecido individualmente para cada bebé e família, em conformidade com o enquadramento conceptual da intervenção precoce, mas também em parceria com a família.
Tem como missão estabelecer pontes entre a família, a comunidade e as unidade referenciadoras. Objectivo central: promover as competências parentais das famílias para as autonomizar face à nossa intervenção.
A equipa de apoio domiciliário trabalha ao lado destas famílias na articulação entre as estruturas da comunidade, acompanhando-as e estimulando-as a usufruir das pontencialidades das redes de apoio existentes.
Em muitas situações, promovemos a integração profissional dos pais no mercado de trabalho e a inserção dos bebés em instituições educativas. Também em muitas situações, apoiamos e promovemos a legalização das famílias que estão em situação irregular.
Hoje o Projeto destina-se a
Bebés dos 0-3 anos…
– Prematuros, que mereçam um olhar continuado em seu contexto natural de vida;
– Recém-nascidos com fatores de risco perinatal (ex.: asfixia, anomalias congénitas graves, doenças do foro genético, neuromusculares e outras).
– Bebés até aos 3 anos com fatores sociais ou ambientais que suscitem risco de desenvolvimento.
… de famílias
– com fatores socio-económicos desfavoráveis;
– com pais ou cuidadores pouco seguros nos cuidados a prestar ao bebé;
– com pais ou cuidadores com frágil vinculação ao bebé;
– pouco estruturadas ou com frágil rede de apoio
– em risco social.